1. Pensamento. “Senhor! Ajuda-me a transitar: da treva para a luz; da mentira para a verdade; e da morte para a imortalidade.” Upanishads.
2. Historicamente, há 3000 mil anos começaram a se formar as principais filosofias e religiões que se organizaram no oriente segundo a visão do mundo contemporâneo.
3. NASCIMENTO DE BUDA em 563 a.C. em LUMBINI aos pés do Himalaia em uma região que hoje pertence ao Nepal, nasceu Buda. Era um aristocrata da casta de Ksatrya, a dos guerreiros e dos governantes. Seu pai, Shudodhana era o rei dos Sakyas. Vem daí outro nome pelo qual Sidarta se tornaria conhecido:Sakyamuni. O pai de Sidarta temendo que se cumprisse uma profecia segunda a qual ele se tornaria um homem santo, cercou-o de luxos e prazeres, acreditando que se o mantivesse ignorante sofre o sofrimento do mundo, iria afastá-lo do caminho espiritual. Sidarta tinha um palácio para o inverno, outro para o verão e um terceiro para época de chuvas. Na adolescência, vivia cercado por belas moças ocupadas em diverti-lo em seus aposentos decorados com sugestiva arte erótica. Aos 16 anos, escolheu uma noiva para ele, a bela Yashodhara, e com ela teria um filho, Rahula. Pouca coisa mudaria em sua vida até os 29 anos. Apesar de todo o luxo, Sidarta sentia-se infeliz. Certo dia contra a vontade do pai, saiu para passear fora do palácio e se surpreendeu com quatro cenas que tiraria para sempre daquela vida de prazeres: 1° viu um velho arqueado, de pele enrugada, movendo-se em dificuldade. 2° Depois, avistou um doente que sofria dores terríveis. 3° Mais tarde, cruzou seu caminho com um cortejo fúnebre. Um morto era carregado por amigos e parentes que choravam a sua perda. 4° A quarta e última visão do passeio de Sidarta foi um mendigo errante, esmolando por comida. Apesar de sua pobreza, tinha porte ereto, feições radiantes e expressão de profunda serenidade. Sidarta determinou-se a também abraçar uma vida santa e a buscar uma resposta para o sofrimento que viu no mundo. Uma decisão como essa não era comum na Índia daquela época. Acreditava-se que somente quando se abandona à vida doméstica e os laços afetivos para tornar-se um eremita ou um andarilho é que se conseguem as respostas para a vida espiritual. A maioria da população indiana acreditava em alguma forma de renascimento ou transmigração, em ciclo interminável que começa no nascimento, passa para a velhice, a morte e recomeça em novo nascimento. O ideal é que todos desejavam era algo capaz de pôr fim a esse ciclo que pudesse libertar o espírito desse movimento circular.
Na sua busca, ele se aproximou de dois famosos mestres e rapidamente chegou aos últimos estágios de absorção contemplativa proposta por eles. Mas ainda não atingira a suprema realização que buscava. Dedicou-se então a automortificação. AS PRÁTICAS ASCÉTICAS (ascetismos) que são comuns em todas as religiões; Judaísmo. Cristianismo (algumas correntes) e Islamismo. O que está por trás da autoflagelação é a ideia de que um rígido controle dos sentidos desenvolve a autodisciplina e transfere o máximo de energia corporal para a atividade mental. Durante 6 anos, Sidarta experimentou privações e dores. Mudou radicalmente a alimentação. Verificou que a autoflagelação embora a mente em vez de favorecê-la, ele percebeu que o caminho da libertação não estava nos excessos de ascetismo, nem nos da sensualidade (hedonismo), mas em um ponto de equilíbrio entre eles. Vem daí a expressão “caminho do meio” um dos pilares do Budismo. Tempo depois, recuperado, preparou um assento de capim sob uma figueira – que ficaria conhecida como árvore bodhi, ou árvore da iluminação. – Decidiu então que ou atingiria a iluminação ou ali morreria. Assim, Sidarta tornou-se Buda, numa noite de lua cheia do mês de maio quando tinha 35 anos.
4. Aos 500 anos antes do nascimento de Cristo o príncipe hindu Sidarta Gautama, deixou o seu luxuoso palácio e sua família em Kapilavastu para seguir os passos da mendicância, do jejum e da meditação.
5. VISÃO BUDISTA DO SOFRIMENTO. Voltou-se então para a libertação dos homens e estabeleceu as QUATRO NOBRES VERDADES: O sofrimento. Suas origens. A cessação do sofrimento. Os caminhos para a libertação do sofrimento.
Segundo as suas reflexões o sofrimento se apresenta sob três formas diferentes: 1. O sofrimento do sofrimento; 2. O sofrimento da impermanência 3. E o sofrimento resultante dos condicionamentos.
Definição da Dor na visão psicológica.
Resposta: A dor situa-se no corpo.
Definição de Sofrimento na visão psicológica.
Resposta: O sofrimento pertence às instâncias subjetivas perispirituais.Portanto doer é diferente de sofrer. O sofrimento pressupõe conexão com eventos passados que provocam sensações e emoções geradoras de sentimentos de perda, rejeição, derrota, abandono, culpa, mágoa, dentre outros. A dor é uma sensação física e o sofrimento é uma percepção do espírito. A repetição dos processos que causam dor pode levar ao sofrimento. O sofrimento pode promover renovação e experiência quando o Espírito dele se utiliza para refletir sobre suas experiências pregressas valorizando os efeitos em vivenciar o amor.
5.1. O SOFRIMENTO DO SOFRIMENTO - Ações que ele mesmo proporciona. Na visão de Joanna de Angelis-Espírito.
A Dor macera os sentimentos, desencoraja as estruturas psicológicas frágeis, infelicita, leva a conclusão falsa e estimula os estados de exaltação emocional ou depressão conforme a estrutura intima de cada vítima. Apresenta-se sob dois aspectos: física e mental, na imensa área das patologias geradoras de doenças. Nesse caso, o sofrimento é como uma doença e resultante dela. A doença, todavia, é resultado do desequilíbrio energético do corpo em razão da fragilidade emocional do espírito que o aciona. Os vírus, as bactérias e os demais micro organismos devastadores não são os responsáveis pela presença da doença, porquanto eles se nutrem das células quando se instalam nas áreas em que a energia se debilita causando fraqueza física e mental, favorecendo o surgimento da doença, por falta de restauração da energia mantenedora da saúde. Os medicamentos matam os invasores, mas não restituem o equilíbrio como se deseja, se a fonte conservadora não irradia a força que sustenta o corpo. Momentaneamente, com a morte dos micróbios, a pessoa parece recuperada, ressurgindo, porém, a situação, em outro quadro patológico.
A conduta moral e mental dos homens, quando cultiva as emoções deirritabilidade, do ódio, do ciúme, do rancor, das dissipações, impregna oorganismo, o sistema nervoso, com vibrações deletérias que bloqueiam áreas por onde se espraia a energia saudável, abrindo campo para a instalação das enfermidades, graças à proliferação dos agentes viróticos degenerativos que ali se instalam. Quase sempre as terapias tradicionais removem os sintomas sem alcançarem as causas profundas das enfermidades. A cura sempre provém da força da própria vida, quando canalizada corretamente. As tensões físicas, mentais e emocionais são, igualmente, responsáveis pelas doenças. – Esse é osofrimento que gera sofrimento.
5.2. O SOFRIMENTO DA IMPERMANÊNCIA - O homem desde as suas origens sociais, aprendeu a ter medo, a conservar mágoas, a desequilibrar-se por acontecimentos de somenos importância, desarticulando o seu sistema energético. Passa de um aborrecimento para outro, cultivando os vírus emocionais que facultam a instalação de outros, degenerativos, responsáveis pelo agravamento das suas doenças. Evitando essas cargas, o sistema energético-imunológico liberará as doenças no indivíduo, e a sua vida mudará, passando a melhorar o seu estado de saúde. De imediato há o prazer que gerasofrimento. O cotidiano demonstra que a busca insaciável do prazer constitui um tormento que aflige sem compensação. Quando tem oportunidade de fruí-lo, constata-se que o preço pago foi muito alto e a sensação conseguida não recebeu a retribuição correspondente. Para conseguir um determinado prazer oindivíduo investe além das possibilidades, constatando, depois, quantas dificuldades têm a enfrentar para manter a conquista. A luta para manter para possuir um automóvel último modelo expõe-no a compromissos pesados para o futuro. A imaginação estimula-o com a ilusão da posse para averiguar, passado o prazer, que não tem condições para perseverar o veículo adquirido, ou os móveis, ou a residência, enfim, tudo quanto é impermanente e brilha com atração apenas por um dia. Os vícios sociais e morais estiolando vidas, produzindo a lassidão dos sentidos e, a médio, curto ou longo prazo conduzindo à loucura, ao autocídio. São alguns deles: o inocente cigarro de exibição no grupo social como afirmação da personalidade, eliminação de tabu, respondendo por graves problemas respiratórios, cânceres, enfisemas pulmonares; o prazer etílico gerador de ressacas tormentosas; cirroses hepáticas, úlceras gástricas e duodenais, distúrbios intestinais e outros, além das alucinações que levam à violência, à depressão, à destruição de outras vidas e tudo quanto é caro, precioso, com resultados funestos; as drogas, que escravizam, iniciando-se as dependências nas primeiras tentativas que parecem proporcionar prazer, estimulando à alegria, a coragem, a realização, vitórias fugidias sobre os fortes conflitos psicológicos, logo se convertendo em desgraças, às vezes, irremediáveis. – Esse é o sofrimento da impermanência.
5.3. O SOFRIMENTO RESULTANTE DO CONDICIONAMENTO – Abarca a educação incorreta, a convivência social pouco saudável, que propiciamagregados físicos e mentais contaminados. A escala de valores, para muitos indivíduos, apresenta-se invertida, tendo base o imediato, o arriscado, o vulgar e o promíscuo, poder transitório, a força, como relevantes para a vida. Os seus agregados sob altas cargas de contaminação, produzem sofrimentos físicos e mentais duradouros. As festas ruidosas atraem a atenção, as conversões chulas produzem galhofa, que são satisfações de um momento, responsáveis por sofrimento de largo porte. A irradiação mórbida enviando à outra energia negativa, termina por contaminá-la, caso esta não possua fatores defensivos, reagentes, que procedem da sua conduta mental e moral edificante. O homem vive na Terra sob a ação de medos: da doença, da pobreza, da solidão, do desamor, do insucesso, da morte. Essa conduta é resultado de seu despreparo para os fenômenos normais da existência, que deve encarar como sucesso da evolução. Herdeiro da própria consciência é também legatário dos atavismos sociais, dos hábitos enfermos, dentre os quais se destacam esses pavores que resultam das superstições, desinformações e ilusões ancestrais, formando os condicionamentos perturbadores. Absorvendo e impregnando-se desses fatores negativos, os sofrimentos apresentam-se-lhe inevitáveis, produzindo: distúrbios psicológicos, mentais e físicos por somatização automática.
6. VISÃO CRISTÂ – Características da mensagem do Cristo
Sua mensagem educativa e transformadora é portadora de alegria e amorosidade. Aquele que sente a mensagem do Cristo mostra sua alegria interior nos atos mais simples da vida. Sua demonstração não é para que o vejam, mas é consigo mesmo, é natural, é espontânea, é sincera e sadia. Nos momentos de irritação ele não permite que a alegria interior seja subtraída por muito tempo. Se permitir a contrariedade logo se refaz. Sua mensagem épreventiva e curativa. É um código de ética espiritual e de felicidade pessoal. O cristão sincero sabe que vivenciar a mensagem o prepara melhor para muitos males e aflições, com os quais, naturalmente terá que aprender e viver. Pensar e sentir como verdadeiro cristão coloca-nos em contato com o mais alto código de Vida, trazendo-nos paz e felicidade. O máximo de felicidade alcançável na Terra. Seu exercício e sua vivência colocam o ser humano em contato com as forças superiores do universo. Os Bons Espíritos naturalmente procurarão intuir, para as mais nobres missões, aqueles que vivenciam sinceramente a mensagem do Cristo. A mediunidade intuitiva será a forma mais comum de captação das benéficas influências com o Mundo Espiritual Superior, para aqueles que sinceramente vivenciarem a mensagem do Cristo.
A mensagem do Cristo tem sido divulgada concitando as pessoas à fraternidade, à solidariedade, à comunhão, à consolação, à ajuda mútua e à assistência recíproca e as Bem-aventuranças. Deve também ser vista como poderosa força de transformação, de vontade de mudança pessoal. Verdadeira alavanca para a motivação e a movimentação da energia que impulsiona o ser humano a viver, também conhecida pelo nome de energia psíquica.
7. VISÃO ESPÍRITA – SEDE PERFEITOS – Cuidar do Corpo e do Espírito (ESE. Cap. XVII-Item 11).
Consistirá na maceração do corpo a perfeição moral? Para resolver essa questão apoiar-me-ei em princípios elementares e começarei por demonstrar a necessidade de cuidar-se do corpo que, segundo as alternativas de saúde e de enfermidade influi de maneira muito importante sobre a alma, que cumpre e se considere cativa da carne. Para que essa prisioneira viva se expanda e chegue mesmo a conceber as ilusões da liberdade tem o corpo de estar são, disposto, forte…
Dois sistemas se defrontam: o dos ascetas, que tem por base o aniquilamento do corpo, e o dos materialistas, que se baseiam no rebaixamento da alma. Duas violências quase tão insensatas uma quanto à outra. Ao lado desses dois grandes partidos, formiga a numerosa tribo dos indiferentes que, sem convicção e sem paixão, são mornos no amar e econômicos no gozar. Onde, então, a sabedoria? Onde, então a ciência de viver? Em parte alguma; e o grande problema ficaria sem solução, se o Espiritismo não viesse em auxílio dos pesquisadores, demonstrando-lhes as relações que existem entre o corpo e a alma e dizendo-lhes que, por se acharem em dependência mútua. Importa cuidar de ambos. Amai, pois, a vossa alma, porém, cuidai igualmente do vosso corpo, instrumento daquela. Não castigueis o corpo pelas faltas que o vosso livre-arbítrio utiliza. Mas transformai o Espírito (Jorge, Espírito Protetor. Paris, 1863. ESE).
MÓDULO II
AS CAUSAS DO SOFRIMENTO
8. REENCARNAÇÃO – Pluralidade das vidas sucessivas.
Allan Kardec, no Livro dos Espíritos, nos oferece explicação sobre a Reencarnação. Diz: “Alma que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea acaba de depurar-se sofrendo a prova de uma nova existência transformando-se para melhor”. Por isso passa por muitas existências.
8.1. Objetivo da Reencarnação
Ensina Allan Kardec que “o objetivo da Reencarnação é, pois, expiação melhoramento progressivo”. Em cada nova existência o Espírito dá um passo para diante na senda do progresso. Desde que se ache limpo de todas as impurezas não tem necessidade das provas corpóreas. Ao final da última encarnação o Espírito é um bem-aventurado: um espírito puro.
8.2. Justiça da Reencarnação
“A Reencarnação do Espírito prova a Justiça de Deus, pois o bom pai deixa sempre aberta aos seus filhos uma porta para o arrependimento.” Deus seria injusto se privasse para sempre da felicidade eterna todos aqueles cujo melhoramento não dependeu deles mesmos. Todos os homens são filhos de Deus.
9. FINALIDADES DA REENCARNAÇÃO
O Autor Espírita E. Rigonatti na obra: O Espiritismo Aplicado, resume a reencarnação em três as finalidades da reencarnação: aprendizado; elevação moral e espiritual; reparação
9.1 Aprendizado
A primeira finalidade da Reencarnação é o aprendizado. Com efeito, a Terra é uma verdadeira escola na qual estamos matriculados para desenvolver nossas faculdades nobres. Devido às inúmeras experiências que a vida cotidiana na terra nos proporciona, eduquemos os sentimentos, o coração. A base da educação do sentimento é o primeiro grande mandamento: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Dessa base, derivam-se todos os outros preceitos educativos. Portanto, o aprendizado na Terra como Espírito encarnado também oferece aos homens a oportunidade de instruir o próprio Espírito adquirindo amor e sabedoria.
9.2. Elevação moral e Espiritual
Esta segunda finalidade da Reencarnação está relacionada com a elevação aos planos superiores do Universo à medida que o homem vai educando o sentimento e adquirindo amor e sabedoria. Em outras palavras, ingressando em colônias espirituais mais elevadas e aos mundos superiores após a morte física. A elevação do Espírito é uma conseqüência da educação do sentimento e da sabedoria já conquistada.
9.3. Reparação
Esta terceira finalidade da reencarnação refere-se ao fato de que se o homem praticar o mal necessitará arcar com as conseqüências desse ato. É dessa maneira que a Reencarnação funciona como corretivo ao Espírito culpado. O homem sofrerá com a mesma intensidade durante outras encarnações aquilo que ele fez sofrer. Contudo, a Reencarnação não é tão somente um elemento corretivo, mas é, também, um elemento reparador. Nas reencarnações sucessivas, o homem será posto em íntimo contato com todos aqueles a quem causou todo o tipo de malefícios e infelicidades para que possa oferecer justa reparação.
10. TIPOS DE REENCARNAÇÃO
O autor Espírita C.T. Rizzini, na obra Evolução para o Terceiro Milênio classifica a questão dos tipos de Reencarnação em três: compulsória, proposta e livre,conforme veremos agora:
10.1. Reencarnação Compulsória:
É aquela em que colhe e espírito sem prévia concordância dele e até mesmo sem seu conhecimento. É, por sua índole, própria dos Espíritos cujo grau de perturbação impede análise clara da situação ou cujas faltas são tão graves que anulam a liberdade de escolha. É uma imposição feita pele Lei Divina para atender aos casos cuja recuperação exige longas expiações.
10.2. Reencarnação Proposta:
É aquela que leva em consideração o livre-arbítrio relativo de que dispõe o Espírito. Mentores Espirituais estudam, sem imposição, seus débitos e méritos programados em seguida os principais acontecimentos da próxima existência física, tendo em vista a liquidação ou diminuição de dívidas e possibilidades de progresso moral e espiritual.
10.3. Reencarnação Livre:
É aquela que é própria dos missionários. Os Espíritos missionários. Espíritos redimidos perante a Lei Divina ou próxima de redenção no plano terreno. São os que possuem ampla liberdade de escolha. Chegam ao plano material para o desempenho de tarefas elevadas em quaisquer seguimentos do conhecimento humano, tanto nas ciências, como na filosofia ou na religião. Neste último, tornam-se um Sócrates, um Buda, Osíris, Krishna e, notadamente, Jesus de Nazaré.
12. DOENÇAS FÍSICAS. PSICOSSOCIAIS. PSICOSSOMÁTICAS. MENTAIS.
12.1. Doenças Físicas
Uma das condições humanas da existência na Terra corresponde justamente a doenças inerentes ao homem vivendo materialmente. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como “um estado completo de bem estar físico, mental e social que não consiste apenas na ausência de doenças ou enfermidade”. Daí doença seria qualquer redução do nível de otimização deste processo inter-relacionado. A doença, por pequena que seja, mas constante, inevitável, não é, contudo, mais do que um fato fora da ordem natural do homem encarnado: o caráter é nitidamente acidental e vem interromper o ciclo normal da evolução humana.
12.1.1. Doenças nos Tratados de Saúde.
A expressão “doença”, nos tratados científicos sobre a saúde, significa o estado de impedimento do funcionamento do corpo físico ou de uma parte. Está caracterizada por anormalidade estruturais e funcionais que podem ser qualitativas, quantitativas ou ambas. O que se chama “etiologia” de uma doença significa o estudo da causa, o que inclui uma variedade de fatores, tais como:alergia, infecção, meio ambiente susceptibilidade genética, ferimento ou dieta.De outro lado, uma doença pode causar um único efeito ou efeitos múltiplos, estes chamados de “síndrome”.
12.1.2. Doenças na visão Espírita.
A propósito, as ciências da Saúde, quanto às chamadas tradicionais como às chamadas alternativas travam luta entre saúde e doença há séculos, já começa, neste início do Terceiro Milênio, a esboçar grandes avanços técnico-científicos. A doença não mais se reveste de um poder misterioso absoluto de que era impossível escapar, como na Idade Média. A Doutrina Espírita contribui para a questão em termos de relação Mente-Espírito-Corpo. Esclarece que as funções orgânicas não podem ser explicadas tão-somente em termos materiais. É que cada uma das funções do organismo humano depende de um padrão correspondente de informações, cuja origem está, indubitavelmente, na relaçãoMente-Espírito. Daí resulta que quando essas funções orgânicas desenvolvem seus padrões harmonicamente, chama-se Saúde. Da mesma maneira oposta quando uma função orgânica falha, compromete a harmonia do todo. É o que se chama Doença. Portanto, a doença é a perda relativa da harmonia das funções dos órgãos do corpo físico do homem, que ocorre, em princípio, na mente humana.
12.2.3. Doenças Psicossociais
Portanto, pode-se definir doenças psicossociais (ou poluições da mente) como a profanação das necessidades físicas, psíquicas e sociais do homem pelos diversos agentes poluidores, que vem vivendo a Sociedade. Desta maneira, afirma-se que o ambiente em que vive está poluído, quando em conseqüência do metabolismo dos seres vivos e/ou como resultado direto ou indireto da forma de vida e atividade econômica do homem, adquire características anormais que o tornam impróprio ou desfavorável à saúde, à vida, à segurança e ao bem-estar humano. De outro lado, admite-se que o ser humano, como produto final, é conseqüência de uma interação do seu patrimônio hereditário com o meio ambiente em que foi criado e em que está vivendo. Consideramos como principais agentes de poluições psicossociais as drogas (ou tóxicos)farmacodependentes, o tabagismo, o alcoolismo e outros. Contudo, observaremos outros tipos de poluição psicossocial, como as doenças psicossomáticas.
12.2. Doenças Psicossomáticas
A chamada doença psicossomática relaciona-se com a “psiquê” (mente, alma) e o “soma” (corpo). Na verdade existe no cérebro humano (o órgão que se associa ao termo “psico”), no centro das emoções, uma glândula chamadahipófise que coordena os hormônios da glândula tiróide, do pâncreas, dos ovários, dos testículos etc. Em virtude de intensa emoção vivida pelo indivíduo, sob a poluição psicossocial, ocorre um desarranjo interno que leva ao surgimento de doenças, como a diabetes, que foi constatada através do exame de sangue (glicemia) e de urina. Em outras palavras devido às doenças (ou poluições) psicossociais, uma emoção forte do cérebro causou uma alteração no organismo, ou especialmente, no pâncreas. Daí pode-se afirmar que o indivíduo possui um problema ou doença psicossomática. Neste século XXI, chamado “década do cérebro” admite-se que cerca de 60% das reclamações dos indivíduos acometidos de doenças crônicas se relacionam a um componente psicossomático, aliado principalmente à depressão. Ainda, admite-se que a depressão seja uma doença silenciosa que pode estar “mascarada”,através de distúrbios digestivos, dores de cabeça, outras dores, cansaços, distúrbios cardíacos e outros.
12.3. Doenças Mentais
Este conjunto compreende vários subconjuntos como: 1) doenças ou distúrbios mentais em estresse que podem estar associados englobando desde: (a) psicoses senis, como esquizofrenia, psicose maníaca depressiva (bipolar) psicose senil psicose orgânica e outras. (b) distúrbios psiconeuróticos, como estados de ansiedade, de depressão, de histeria e outros, até: (c) estresse.
12.4.1.Estresse
Um dos mais importantes e presentes distúrbios na população é o estresse.Corresponde a um conjunto de sintomas que aparecem em indivíduos submetidos a qualquer tipo de pressão física ou mental. Admite-se que o estresse psicológico surge quando o indivíduo reage consciente ou inconscientemente aos fatores que agridem diariamente a sua vivência. Da mesma maneira geralmente o indivíduo não percebe, vítima de tensões ou preocupações de toda a ordem. Contudo, a sobrecarga de conflitos internos entre indivíduos e externos, tais como: (1) Dificuldades econômicas; (2) ameaça de desemprego; (3) dificuldade de relacionamento no ambiente de trabalho; (4) expectativa da família; (5) educação dos filhos; (6) problemática das drogas; (7) a questão social em relação à AIDS; (8) doenças familiares em geral; (9)obrigação de obter diplomas em vários níveis educacionais; (10) necessidade de acertar sempre dia após dia em todas as decisões e, ainda, (11) dezenas de outras preocupações vão sobrecarregando os sistemas de autocontrole até o momento crítico. Esse momento crítico corresponde à relação entre a possibilidade de compensação e equilíbrio que são ultrapassados e o organismo reage como um todo, através do fenômeno psicossocial chamado“estresse”.
12.4.2. Sintomas do Estresse
Portanto, os sintomas do estresse são complexos. Contudo, existem níveis de estresse que podem ser diagnosticados pelo indivíduo, a saber: (1) Estresse leve: nervosismo, irritabilidade e ansiedade; (2) estresse moderado: sintoma de estresse leve, acrescidos de dores nos músculos do pescoço e ombros, a fadiga à tarde e dificuldade para dormir; (3) estresse intenso: os mesmos sintomas de estresse moderado, mas com mais intensidade e freqüência; (4)estresse muito intenso: crises de depressão; dores de estômago, palpitações cardíacas, sono interrompido, prejuízos na memória e comprometimento do trabalho; (5) estafa: o indivíduo fica sem capacidade de produzir. Tem freqüentes crises emocionais, choro impulsivo e ataques de depressão, de outro lado, demora entre seis meses e dois anos para se recuperar.
12.5. Visão Espírita da Doença
A visão espírita da problemática é notória. O Espírito Emmanuel nos ensina que“toda tensão mental acarreta distúrbios de importância ao corpo físico” Diz ainda que “estabelecido o conflito espiritual, quase sempre as glândulas salivares paralisam as suas secreções, e o estômago, entrando em espasmo, nega-se à produção de ácido clorídrico provocando perturbações digestivas a se expressarem na chamada colite mucosa. O pensamento sombrio adoece o corpo são e agrava os males do corpo enfermo” E, a seguir explica textualmente Emmanuel: “Cultivar melindres e desgostos, irritação e mágoa é o mesmo que semear espinheiros magnéticos e adubá-los no solo emotivo de nossa existência”. É intoxicar, por conta própria, a tessitura da vestimenta corpórea, estragando os centros de nossa vida profunda e arrasando, consequentemente, sangue e nervos, glândulas e vísceras do corpo. De outro lado, Marco Prisco (Espírito) aconselha: Toda e qualquer enfermidade orgânica tem procedência nos recessos íntimos da alma. Corpo doente: espírito negativamente comprometido. Enfermidade psíquica em crescimento tem raízes vinculadas no passado do Espírito em processo de recuperação.
13. Depressão. O que é Depressão?
Em poucas palavras, depressão é uma tristeza profunda e prolongada Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, do Brasil, define como: diminuição de nível, resultante de pressão ou de peso, baixa de terreno ou ainda, desalento moral ou físico, letargia. Realmente, quando uma mente se apresenta em estado dedepressão ela se assemelha a um terreno cujo desnível, formando um buraco que recebe um acúmulo de miasmas pestilentos, deteriorados, impurezas – desperdícios – em uma palavra, dando lugar aos mais variados problemas de saúde, de desequilíbrio.
O Dr. Willian Stiron, professor-clínico adjunto de psiquiatria da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, observa o seguinte: A neblina cinzenta do horror induzido pela depressão assume a qualidade da dor física, mas – ele adverte – não é uma dor imediatamente identificável como o de um osso quebrado. E o estudioso complementa, afirmando: …Talvez seja melhor dizer que a desesperação… Acaba assemelhar-se ao diabólico mal estar de encontrar-se aprisionado em um aposento super quente. E como não no sobra nenhuma brisa nesse lugar, como não há saída desse confinamento sufocante – o agrega – é inteiramente natural que a vítima comece a pensar incessantemente no esquecimento.
Do ponto vista histórico-bíblico, no capítulo 3 e versículos 20 aos 22, do Livro de Job, este personagem do velho testamento viveu uma grande depressão: “Enfrentou adversidades, enfermidades e incontáveis aflições. Conta à história deste personagem que ele resistiu por certo período, terminou abatendo-se para cair em uma profunda depressão, maldizendo a vida e desejando a morte, conduta esta que é muito comum entre os portadores de tal enfermidade. Ainda, chega a exclamar: Porque se dá luz ao miserável, e vida aos amargurados de ânimo, que esperam a morte, e ela não vem: E buscam em procura dela mais que de tesouros ocultos; que saltam de alegria e se entusiasmam encontram a sepultura”
Também no colégio apostólico de Jesus, encontraremos dois personagens que apresentam em algumas circunstâncias, um comportamento tipicamente depressivo. Eles são: Pedro e Judas Iscariotes.
Pedro como narram às escrituras negou que conhecesse a pessoa do Mestre, quando este era julgado. Este apostolo apresenta outra causa de pressão qual é o sentimento de culpa a causa do erro praticado, negando que conhecesse o amigo. Mateus, narrando o episódio, comenta a atitude de Pedro: e ao sair dali, chorou amargamente.
Judas por sua vez, e segundo as narrações evangélicas, havia vendido o amigo. Como resultado do erro (a mesma causa de Pedro) que o levou ao remorso. Judas apresenta uma das mais graves conseqüências da depressão: o suicídio, como é narrado por Mateus.
Por ser uma enfermidade de todos os tempos, a depressão está presente nos dias atuais, e se pode afirmar que são muitos os depressivos célebres e somam aos milhões, os enfermos que estão no anonimato. São tantos os depressivos nos tempos modernos que alguns chegam a afirmar que a depressão é a doença do século.
13.1. Vamos a seguir verificar alguns aspectos científicos da depressão.
A depressão pode ser conceituada como uma alteração do estado de humor, uma tristeza intensa, um abatimento profundo, com desinteresse pelas coisas.Tudo perde a graça, o mundo fica cinza, viver torna-se tarefa difícil, pesada, com idéias fixas e pessimistas.
Poderíamos considerá-la como uma emoção estragada. As emoções naturais devem ser passageiras, e circularem, normalmente, sem desequilibrar o ser. A tristeza, por exemplo, é uma emoção natural que nos leva a entrar em contato conosco, à introspecção e à reflexão sobre nossas atitudes. Agora, uma vez estagnada, prolongada, acompanhada de sentimento de culpa, nos leva a depressão
Podemos dividir a “depressão”, em três formas. De acordo com o fator causal:
Depressão Reativa ou Neurose Depressiva: - esta depende de um fator externo desencadeante, geralmente perdas ou frustrações, tais como: Separação, perda de um ente querido, etc.
Depressão Secundária a Doenças Orgânicas: - acidente vascular cerebral(“derrame”), tumor cerebral, doenças da tireóide, etc.
Depressão Endógena: - por deficiência de neurotransmissores. Exemplos:Depressão do velho, depressão familiar e. psicose maníaco-depressiva (bipolar).
Ela afeta todo o ser, acarretando uma série de desequilíbrios orgânicos, sobretudo, comprometendo a qualidade de vida, tornando a criatura infeliz e com a queda do seu rendimento pessoal.
André Luiz, Espírito que foi médico, atualmente, desencarnado, citado nas suas obras psicografadas pelo médium Francisco Cândido Xavier, do Brasil, nos diz que os estados da mente são projetados sobre o corpo através dos bióforos que são unidades de força psicossomática, que se localizam nas mitocôndrias.A mente transmite seus estados felizes ou infelizes a todas as células do nosso organismo, através dos bióforos.
Ela funciona ora como sol irradiando calor e luz, equilibrando e harmonizandotodas as células do nosso organismo, ora como tempestades, gerando raios e faíscas destruidores que desequilibram o Ser.
Segundo Emmanuel, Espírito, desencarnado e mentor do mencionado médiumFrancisco Cândido Xavier, a depressão interfere na mitose (divisão) celular, contribuindo para o aparecimento do câncer e de outras doenças imunológicas,sobretudo, a deficiência imunitária facilitando às infecções.
Na depressão existe uma perda uma perda de energia vital no organismo, num processo de desvitalização.
O indivíduo perde energia por dois mecanismos principais:
1°. Perde a sintonia com a Fonte Divina da Energia Vital: o indivíduo não se armando como deve com o sentimento de autoestima em baixa, afasta de si mesmo, da sua natureza divina, o elo com a fonte inesgotável do Amor Divino. Além do mais, o indivíduo ao se fechar em seus problemas e suas mágoas, cria um ambiente vibracional negativo, que dificulta o acesso a Espiritualidade Maior em seu benefício.
2°. A criatura humana fica envolvida em torno de si mesma, não procurando desenvolver potencialidades evolutivas, vivendo in